4 Dicas de Equalização para Melhorar as suas Mixagens

4 Dicas de Equalização para Melhorar as suas Mixagens

Antes de tudo… O que é Mixagem?

Resumidamente, a Mixagem é o processo da pós-produção de áudio que visa unir todos os elementos sonoros já gravados de uma música (voz, violão, guitarra, baixo, bateria, saxofone, etc.) e consolidá-los em uma obra que esteja em harmonia com os propósitos da produção.

Existem diversas ferramentas que nos ajudam nesse processo de mixagem como o equalizador, compressor, ajuste de panorama, reverb, delay, dentre outros. Neste artigo, falaremos de uma das mais essenciais ferramentas de Mixagem: o equalizador.

O processo de Equalização

Todo som pode ser descrito na forma de frequências. Toda nota musical, toda palavra falada, todo barulho, enfim… qualquer som possui uma ou mais frequências e isso tem uma relação direta no timbre de cada som.

O processo de Equalização (EQ) consiste em alterar as frequências de um determinado som e, por consequência, alterar o seu timbre

A unidade de medida de frequência é Hertz (Hz) e o ser humano, em média, escuta de 20Hz a 20.000Hz. Por isso, essa é a região de frequência em que a maioria dos equalizadores trabalha.

Durante a Mixagem, nós usamos a equalização para alterar o timbre dos diversos elementos sonoros (voz, guitarra, baixo, bateria, etc.) e, desta forma, unir todos esses elementos de forma mais coesa e de acordo com o nosso propósito.

A seguir, nós deixamos 4 dicas de Equalização para melhorar a sua Mixagem:

1 – Dar ênfase aos elementos que precisam de destaque 

A audição humana é particularmente sensível na região de frequências situada entre 1.000Hz e 6.000Hz, especialmente entre 3.000Hz e 4.000Hz (3-4 kHz).

Dessa forma, qualquer alteração no timbre de um elemento sonoro realizada por um equalizador nessa região de frequência, será bem perceptível.

Por exemplo, se quisermos que uma voz tenha mais presença em uma mixagem, dar um ganho nessa região de frequência de 3-4 kHz fará com que ela ganhe destaque na mixagem.

No entanto, tudo em excesso pode ser danoso. Se exageramos e aumentamos demais essa região de frequência, o som pode vir a ficar irritante. Por isso, essa equalização precisa ser realizada com cautela.

2 – Evitar o Mascaramento

 

Na primeira dica, falamos como podemos dar ênfase aos elementos que queremos destacar. Porém, não podemos utilizar essa primeira dica em todos os elementos sonoros, pois isso acabaria “embolando” a nossa mixagem.

Nós chamamos esse “embolado” de Mascaramento.

O Mascaramento acontece quando a nossa percepção de um som é encoberta por outro na mesma região de frequência, fazendo com que a nossa audição não consiga ouvir claramente cada um dos sons. Ou seja, dois ou mais sons disputando a mesma região de frequência.

Para evitar o mascaramento, precisamos deixar “cada som no seu quadrado”, ou seja, equalizar os elementos sonoros para que cada um tenha o seu espaço nas regiões de frequência e não esteja acontecendo nenhum mascaramento que prejudique a nossa percepção sonora.

Por exemplo, se temos uma música com uma voz e um piano e vamos utilizar a primeira dica para dar destaque a voz, dando um ganho entre 3.000 e 4.000 kHz, podemos abrir mais espaço ainda para a voz e evitar o mascaramento se reduzirmos essa mesma região de frequência no piano.

Se reduzirmos essa região de frequência entre 3.000 e 4.000 kHz do piano, estaremos dando mais destaque para a voz e evitando o mascaramento.

““Ahh… mas isso não iria prejudicar o timbre do Piano???”

Não necessariamente. Nós podemos procurar uma outra região de frequência em que o piano soe bem e dar ênfase a ela. Assim, cada elemento sonoro vai soar com clareza, evitando o mascaramento.

3 – Jogar fora tudo o que for desnecessário

Existe uma técnica para organizar a sua casa que diz: “Você deve jogar fora tudo o que não te traz felicidade”. Podemos fazer um paralelo no mundo do áudio quando estamos “organizando a casa” da nossa mixagem, usando a equalização para “jogar fora” tudo o que não for útil para nós.

Por exemplo, se você tem a gravação de um Hi-Hat (contratempo, chimbal) que tem predominantemente frequências médio-agudas e agudas e, praticamente, nenhuma informação relevante nas frequências graves, podemos utilizar o equalizador para “jogar fora” tais frequências graves.

Dessa forma, podemos utilizar um filtro de corte de graves (passa-alta) por volta de 1.000Hz para “limpar” o Hi-Hat. Assim, qualquer ruído ambiente, de equipamentos ou afins que estão na região de frequência do sub-grave e dos graves serão eliminados.

4 – Fazer testes A/B

Às vezes, ao escutar um som por muito tempo, o nosso ouvido se acostuma com o timbre desse som e perdemos a noção do que estamos fazendo. 

Nesses casos, é importante realizar o teste A/B. Ou seja, comparar a equalização que você fez com uma equalização com outros parâmetros.

A forma mais simples de realizar o teste A/B é comparar a equalização atual com o som sem nenhuma interferência do equalizador. Para isso, os equalizadores vão ter um botão chamado “Bypass” ou “Power” para você ligar e desligar a equalização e perceber se o que você está fazendo está realmente ajudando na mixagem.

Muitos equalizadores também possuem o botão chamado “Compare”. Ele serve para comparar dois tipos de equalização diferentes. Assim você pode escolher quais dos dois parâmetros é o melhor para a sua mixagem.

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